O sargento João de Deus, de 67 anos, baleado na cabeça na última terça-feira (5), morreu nesta segunda-feira (11). Ele estava internado há seis dias no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). A informação foi confirmada por familiares do sargento à TV Clube.
O sargento João de Deus foi baleado na cabeça na tarde de 5 de novembro no bairro Parque Sul, na Zona Sul de Teresina, na porta de sua casa.
O policial militar do Maranhão Raimundo Linhares da Silva se apresentou à polícia dias depois, e disse que disparou em legítima defesa.
Briga de trânsito
A família do Polícia Militar do Piauí (PM-PI), sargento João de Deus falou pela primeira vez sobre o caso em entrevista à TV Clube no sábado (9).
Segundo o filho do sargento João de Deus, Renato Teixeira, a briga entre os dois começou porque o cabo estacionou o carro de uma forma que impedia o acesso do sargento ao portão de casa.
"O pai que pediu que o homem tirasse o carro do local que estava atrapalhando a entrada dele em casa, com o carro dele [sargento de Deus]. Foi feita a perícia na casa dos meus pais e a gente espera que, no decorrer das investigações, que possa esclarecer tudo, os fatos”, disse Renato Teixeira, filho de João de Deus.
O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) fará a reconstituição da discussão em que o sargento foi baleado.
O policial militar do Maranhão, Raimundo Linhares da Silva, suspeito de atirar, se apresentou à polícia dias depois do crime. Segundo o delegado Francisco Costa, o Baretta, o PM alegou durante depoimento que atirou no sargento para se defender. O homem afirmou ainda não conhecer o sargento.
"Ele afirma que estacionou o veículo e, quando saiu para pegá-lo, viu que o sargento havia batido no carro dele por trás e deixado lá. Segundo ele, eles começaram uma discussão, o sargento puxou a arma e nesse momento ele [Raimundo] correu para atrás do carro, mas o sargento continuou a atirar. Aí ele efetuou o disparo de arma de fogo também. Ele alegou que atirou para não morrer", destacou o delegado.
Baretta explicou que o delegado Divanilson Sena, responsável pelo caso considera a reconstituição necessária para a elucidação do caso.
"Os policiais também estão elaborando relatórios de tudo que foi apurado no local para que o delegado possa analisar e verificar se cabe uma medida cautelar mais severa, como a prisão preventiva, ou se conclui o inquérito e encaminha para o Ministério Público", detalhou o delegado Baretta.
As armas dos dois policiais foram apreendidas. O carro do PM suspeito de atirar no sargento piauiense também se encontra na sede do DHPP, com várias perfurações de tiros.