Uma megaoperação coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh) revelou um dos maiores esquemas de extração ilegal de madeira já registrados no estado. Batizada de Castelo de Barro II, a ação resultou no desmonte de 35 fornos clandestinos de carvão e na apreensão de cerca de 300 sacos de carvão prontos para comercialização, no município de Regeneração, a quase 150 km ao sul de Teresina.
A ofensiva foi realizada ao longo da última semana, após meses de investigação e mapeamento por satélite. Com o auxílio da metodologia Imai – sistema de inteligência ambiental que cruza dados e imagens para identificar focos de crimes ambientais – a Semarh conseguiu localizar com precisão as áreas de desmatamento ilegal.
“O combate aos crimes ambientais não pode ser feito no escuro. Precisamos usar tecnologia, dados e inteligência para chegar aos verdadeiros responsáveis por esse tipo de devastação”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Feliphe Araújo.
No local, os fiscais encontraram um cenário alarmante: aproximadamente 400 hectares de vegetação nativa haviam sido devastados. Árvores de espécies nobres e protegidas, como faveiras, ipê, jacarandá, jatobá e marfim, estavam entre as mais exploradas ilegalmente.
A Semarh agora concentra esforços na identificação de todos os envolvidos na cadeia criminosa. “Vamos identificar os donos das terras com base no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e rastrear os estabelecimentos que compram esse carvão, como restaurantes e churrascarias de Teresina. Todos que participam respondem pelo crime”, afirmou o gerente de fiscalização da pasta, Mário Filho.
Segundo a secretaria, novas operações já estão sendo planejadas. A promessa é de intensificar a vigilância e manter o combate firme contra a destruição dos recursos naturais do estado. A Castelo de Barro II já é considerada a maior operação do tipo na última década no Piauí.