Uma moradora de Itacajá, no Tocantins, teve uma surpresa ao chamar um pedreiro para investigar uma infiltração em sua casa. Luiza Coelha da Cruz Aguiar, de 60 anos, encontrou um jabuti vivo soterrado sob o piso. Ela acredita que o animal pode ter ficado preso no local por quase 10 anos, desde uma reforma realizada na residência.
O pedreiro identificou uma cerâmica solta e, ao removê-la, descobriu o jabuti. O animal apresentava deformações no casco, possivelmente causadas pelo tempo que passou imprensado sob a estrutura. “Foi inacreditável. Pensamos que ele veio junto com a carreta de cascalho que usamos na reforma”, relatou Luiza.
O biólogo Aluísio Vasconcelos de Carvalho explicou que a sobrevivência do animal nesse ambiente é possível. Segundo ele, o jabuti pode ter se adaptado ao espaço, contando com pequenas entradas de oxigênio e umidade para se manter vivo durante o período.
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) orientou que o jabuti seja mantido em temperatura controlada e com acesso à luz solar indireta até que seja encaminhado para o Centro de Fauna (CEFAU). O órgão reforçou a importância de um acompanhamento especializado para avaliar a saúde do animal.
Desde que foi retirado, o jabuti demonstrou alta sensibilidade à luz e tenta se esconder sempre que exposto ao sol. Luiza precisou colocá-lo em um banheiro reservado para minimizar o desconforto do animal. Outro indício do longo período soterrado foi a composição das fezes do jabuti, que se assemelham à terra. Agora, ele está sendo alimentado com frutas e verduras, como banana e alface, enquanto aguarda avaliação dos especialistas.
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) informa que o jabuti-tinga encontrado em Itacajá, após possivelmente passar anos soterrado, precisa de cuidados veterinários para avaliar sua condição de saúde e iniciar um tratamento adequado.