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Amarante, PI
Na Síria, mais de 1.000 pessoas foram mortas desde a última quinta-feira, em uma onda de violência descrita por grupos de direitos humanos como algumas das piores atrocidades desde a deposição do presidente Bashar al-Assad em dezembro. A violência, que tem como foco principal alauítas, cristãos e outras minorias religiosas, se intensificou nas regiões costeiras do país.
Os conflitos começaram após uma emboscada a uma patrulha de segurança próxima a Latakia, perpetrada por homens armados leais ao regime de Assad. Em resposta, forças ligadas ao governo interino, lideradas por grupos islâmicos, desencadearam uma série de ataques violentos. Testemunhas relataram cenas aterradoras, incluindo valas comuns e corpos amarrados, enquanto vilas como Jableh e Baniyas foram devastadas por saques e incêndios.
Rami Abdulrahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), afirmou que o objetivo da violência é expulsar famílias alauitas de suas residências. Milhares de pessoas já fugiram de suas casas, com muitas buscando abrigo na base militar russa em Hmeimim.
A população cristã na Síria já havia diminuído significativamente durante os anos de guerra civil, sendo vista por facções islâmicas como aliada do antigo regime. Apesar dos relatos sobre a violência direcionada aos cristãos, o número exato de vítimas ainda não está claro.
Em resposta à situação crítica, líderes das Igrejas Ortodoxa Grega, Ortodoxa Siríaca e Greco-Católica Melquita emitiram uma declaração conjunta condenando os massacres e pedindo um fim imediato à violência contra civis inocentes. Eles ressaltaram a necessidade urgente de estabelecer condições para a reconciliação nacional e um ambiente que promova uma sociedade baseada na cidadania igualitária.
Martin Parsons, CEO do Lindisfarne Centre for the Study of Christian Persecution, destacou que a região costeira é um bastião do regime de Assad e que tanto alauítas quanto cristãos enfrentam ataques direcionados em meio ao conflito entre forças governamentais e insurgentes.
